dois. depois que fundiu, fodeu.

Ganhar para perder

Posted: 18.2.08 | Postado por Dois² |

Eu não queria ter ficado bêbada na festa do Alê. O clima tava tão bom pra conversar, mas eu enfiei o pé na jaca e bebi horrores. Claro que isso tem nome: Manoela. É foda! 3 anos e 5 meses de namoro e a Manu me diz que quer terminar, assim sem mais nem menos só porque não gosta mais de mim. E eu? Eu ainda gosto, oras. Ela não podia ter continuado o relacionamento por bondade? A gente já passou por tanta coisa juntas... Eu não acho justo da parte dela ter feito isso comigo. Pois bem, voltemos à festa do Alê. Era sábado, uma semana depois do acontecido e eu estava colocando o pijama quando o Alê me ligou ordenando a minha presença na festa. Eu falei que estava mal pelo fim e ele não me perdoou por isso, disse que me queria lá. Porra, o Alê sabe que eu não faço drama, tava completamente na merda, mas fui. Consideração, né?! Não queria ser a coitada da festa, queria que meus amigos me vissem bem, afinal, ninguém precisava saber da fossa. Me arrumei, pus brincos, colar, saia e decote e fui pra lá. Havia dois anos que eu não fumava, mas passei no posto e comprei um Marlboro Light e fui. Cheguei por lá e poucos tinham chegado. Falei com o Alê, como de constume, peguei um copo de vodka e fui beber. A minha intenção não era passar da quarta dose, mas... nem preciso dizer que eu não cumpri. Lá pelas duas eu já dinha passado de Marraquesh e já estava até pra lá de Bagdá, quando a Manoela chegou na festa com um carinha. Até aí, tudo bem. A Manu nunca ficaria com um cara, o negócio da gente sempre foi mulher, tanto que aos 25 eu nunca tinha dado pra nenhum homem, ela já. Ela falou comigo como se fôssemos amigas, como se 3 anos e 5 meses fosse coisa de amizade. Eu respeitei, claro, cada um reage de uma forma, mas não acreditei quando os vi na cozinha aos beijos. What'afucking is this? Calma, Juliana, calma! Você está bêbada demais para fazer alguma coisa, além do mais ela não é a sua namorada; não mais. Me segurei na parede e voltei até a sala. Falei pro Alê pegar mais uma dose pra mim porque tinha muita gente na cozinha e eu estava com calor pra ir até lá (que desculpa foi essa?). Quando ele voltou, sem a minha dose e com um refrigerante, eu percebi que lá vinha merda de consolo para bêbado com dor de corno. Bastou um olhar e a pergunta básica: 'você tá bem?' para que desatasse a chorar sem fim. Imediataente o Alê me levou até o quarto dele e pôs-se a me consolar. Eu chorei por mais de uma hora copiosamente e o Alê do meu lado, sentado na cama, me confortando naquele abraço infinito. Ele me levou até o banheiro para tomar um banho e me colocar pra dormir. Me despiu, me deu banho e me deu um camisetão pra vestir. Que papelão, hein, Dona Juliana?! Assim que ele me deitou na cama eu fui abracá-lo para agradecer por tudo. Nos beijamos. Sabe quele beijo de novela que a cara da mocinha fica bem besta? Foi exatamente isso. Depois de uns 3 minutos, quando olhei nos olhos do Alê, ele sorriu e me beijou novamente. O resto nem preciso dizer, né?! A nossa festa continuou na cama dele. Pela manhã, quando acordei, havia um bilhete ao meu lado dizendo: 'desculpas pelo que te fiz, mas só eu sei o quanto eu esperei por isso, Alê'. Fiquei chocada. Como assim? Levantei, pus minha roupa e fui até a cozinha tomar uma água. O Alê estava lá me preparando um café da manhã. O silêncio sepulcral tomou conta daquela manhã de ressaca moral de domingo. Saí de lá confusa e completamente estranha. O Alê não me ligou por uma semana e eu achei que deveria ligar. Marcamos no parque Trianon e conversamos durante horas a fio até que ele se declarou pra mim. Mais uma vez eu fiquei de cara e falei isso pra ele, eu não esperava. O Alê entendeu e disse que me deixaria livre pra pensar, mas tudo que ele havia dito era verdade. Nos despedimos e eu acabei voltando pra Manu dois dias depois. Nuca mais vi o Alê, ele se mudou, parece que tá em BH. Eu só acho que perdi o homem da minha vida, vai saber...

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